DIÁRIOS EM TEMPO DE ISOLAMENTO



O Arquivo dos Diários vai partilhar com todos alguns dos seus diários. Memórias pessoais guardadas no nosso arquivo e que agora poderão ser ouvidas através de podcasts. Memórias que nos falam de outros dias difíceis, do quotidiano, da vida, da alegria, do que somos e que às vezes já esquecemos. Esperamos que as palavras sejam inspiradoras para os dias que atravessamos.
Disponibilizaremos também alguns diários dos nossos colegas italianos do Archivio Diaristico Nazionale – Arquivo Nacional de Diários e do Piccolo Museo del Diario -, versões áudio traduzidas, que estão a ser partilhadas no âmbito do projecto “Italiani in quarantena” . Diários que nos falam de outros períodos de quarentena, de outros momentos de isolamento, de tempos igualmente sombrios. Pensamos ser uma forma de nos aproximar, de estarmos juntos, de caminharmos lado a lado.
Se tiverem interesse em mostrar-nos os vossos diários antigos, façam-nos chegar (integrais ou em excerto – geral@arquivodosdiarios.pt) – que teremos muito gosto em lê-los e disponibilizar também as vossas memórias… E se por estes dias decidiram voltar àquele velho diário esquecido ou iniciar algum, gostávamos muito de vos ouvir mais tarde, de receber as vossas palavras.
 
 
Nº1 – DÁRIO DE BORDO
Diário de Carlos Venâncio Delgado, nascido em 1933 em Porto Alexandre, Angola. Nesse País dedicou-se à pesca e à industrialização de pescado e marisco. Tem 43 anos quando escreve o relato da sua fuga de Angola em 1976 para o Brasil a bordo de uma pequena embarcação, a “Nair”.
Voz: Isabel Mões.
 
 

 

Nº2 – “RESUMO DA VIDA DE JOAQUIM GREGÓRIO DA FONSECA BORGES – 1810-1830”
(1ª Parte)
“Resumo da vida de Joaquim Gregório da Fonseca Borges de Villa de Pombal, pobre homem o que sofreu de 1810 a 1830” é um texto autobiográfico escrito por Joaquim Gregório da Fonseca Borges, nascido em 1792, tabelião em Pombal. O texto foi escrito a 15 de Maio de 1830, e descreve algumas aventuras vividas pelo autor durante a 3ª invasão francesa (1810) e as lutas liberais (1830).
O diário, para além de ser um interessantíssimo documento histórico, é também o testemunho da vivência pessoal (e não oficial) de um período crucial da história da primeira metade do nosso século XIX (a 3ª Invasão Francesa e as Lutas Liberais).
Um grande obrigado ao Sr. Alfredo Ramalho – tetraneto do autor Joaquim – pela entrega deste diário tão especial.
As passagens que gravámos deste diário foram divididas em duas partes. A primeira parte refere-se às invasões francesas e a segunda parte refere-se à altura da guerra liberal portuguesa.
Voz: João Ferrador.
 
 

 
 
Nº3 – “AUTOBIOGRAFIA DE FILIPPINA MINCIO” preservada no l’Archivio Diaristico nazionale di Pieve Santo Stefano.
No excerto que propomos, Filippina descreve a vida dela e da família durante a pandemia de gripe “espanhola” (1918) que se espalhou na altura na Europa e, em particular, na cidade dela, Corleone.
Uma dona de casa siciliana segue o marido para a Líbia. Quando a segunda guerra mundial começa, o cativeiro do marido e o vacilar das certezas que até à altura tinham acompanhado uma existência burguesa, obrigam-na a enfrentar muitos perigos que, no final, irão fazer dela uma mulher.
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“Italiani in quarantena | diari dall’isolamento” é uma inciativa promovida pela Fundação Archivio Diaristico Nazionale e pelo Piccolo museo del diario di Pieve Santo Stefano por ocasião da emergência coronavírus, que temos todo o prazer de divulgar ao público português.
Voz: Clara Barbacini e Sara Aguiar.